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Piaget

 

 

 Jean Piaget nasceu a 9 de Agosto de 1896 na cidade de   Neuchâtel, na Suíça. Era filho de Arthur Piaget, professor de Literatura Medieval na Universidade de Neuchâtel, e de Rebecca Jackson.

Estudou Ciências Naturais na Universidade de Neuchâtel.  Frequentou a Universidade de Zurique onde contactou com a psicanálise. 

 Trocou depois a Suíça pela França onde efectuou os seus primeiros estudos experimentais de psicologia do desenvolvimento.

Em 1923 casou com Valentine Châtenay. Deste casamento teve três filhas: Jacqueline, Lucienne e Laurent, cujo desenvolvimento intelectual foi por si meticulosamente estudado.  

Em termos psicológicos, a sua investigação tem por objectivo central o estudo dos  dispositivos que o indivíduo utiliza para perceber o mundo.

 Como epistemólogo, procurou  determinar cientificamente o processo de construção do conhecimento. Nos últimos anos da sua vida centrou os seus estudos no pensamento lógico-matemático.

Piaget não propõe um método de ensino mas apresenta uma teoria do desenvolvimento cognitivo cujos resultados são  utilizados por psicólogos e pedagogos.

Faleceu a 16 de Setembro de 1980 em Genebra.

 

Piaget e a cognição

Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento (Furtado, op.cit.). São eles:

· 1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
· 2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
· 3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
· 4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)

Cada uma dessas fases é caracterizada por formas diferentes de organização mental que possibilitam as diferentes maneiras do indivíduo relacionar-se com a realidade que o rodeia (Coll e Gillièron, 1987). De uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas 4 fases na mesma seqüência, porém o início e o término de cada uma delas pode sofrer variações em função das características da estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos estímulos proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver inserido. Por isso mesmo é que "a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida", conforme lembra Furtado (op.cit.).

 

Sensório-Motor (0-2 anos)

A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebé começa a construir esquemas de acção para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela acção. O contacto com o meio é directo e imediato, sem representação ou pensamento.

Exemplos:
O bebé pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objecto, pegá-lo e levá-lo a boca.

 

Pré-operatório (2-7 anos)

 

Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica . Caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de esquemas de acção construídos no estágio anterior (sensório -motor). 

A criança deste estágio é: É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstractamente, no lugar do outro; Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês"); Já pode agir por simulação, "como se"; Possui percepção global sem discriminar detalhes; Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.                                                       Exemplos: Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.

 

Operações concretas (7-11/12 anos)

 

A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstracção.
Desenvolve a capacidade de representar uma acção no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).

Exemplos: despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a acção. 

 

Operações formais (a partir dos 11/12 anos)

 

A representação agora permite a abstracção total. A criança não se limita mais a representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.

Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.

Exemplos: Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos

 

 

 

 

 

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